domingo, 20 de agosto de 2017

44 dias

44 é o número de dias que fui operada, é o número de dias que o Gervásio morreu, mas também é o número de dias que estou fora de casa. No dia 6 de julho pelas 7.00h saí de casa e já não voltei, uma carrinha escangalhou-me a casa.
Estou há 44 dias acampada na casa da minha mãe com o Pintainho. Há 44 dias que estamos separados do Super-Homem. e que ele dorme no meio dos escombros na esperança que não entre ninguém em casa a meio da noite e leve o pouco que nos sobrou.


Embora sejam 44 dias, parece-me que a companhia de seguros do veiculo acha que foi ontem e que está a tratar do assunto como se de dois veículos se tratassem. Ora agora mandam um perito, ora agora mandam outro porque o anterior não listou os bens, ora agora vai mais um para tirar as teimas porque o orçamento é avultado. 
O primeiro perito até era um "rapaz" simpático e atencioso, pelo menos assim parecia, mas quem vê caras não vê corações e depois de nos dizer o que tínhamos de conservar e deitar fora e de receber os orçamentos de recheio e obras, resolve enviar um e-mail para o gestor de processo a dizer o seguinte: "Situação MUITO COMPLEXA, ao nível das reclamações formuladas pelo lesado, pelo que peço análise, e se for necessário auxilio futuro estamos disponíveis (aproveitamento evidente e orçamentos exorbitantes)"

Agora pergunto, como pode um perito afirmar tal coisa, sem ter ele próprio feito um inventário?... Esqueceu-se, por inexperiência esqueceu-se vieram a assumir mais tarde... e como se esqueceu acusa-nos de tentativa de aproveitamento. É importante referir, que à data da primeira peritagem a habitação estava quase intacta, ainda não tinha sido alvo de limpeza.
Parece-me que por morar na Serra da Luz, não tenho direito a ter o recheio que entender. Sinto-me verdadeiramente discriminada!

Depois desta informação ter vindo parar às nossas mãos, o "Gonçalinho" encrespou e deixou de responder a e-mail´s. Chegou mesmo a dizer: "O envio diário de emails não acelera o tratamento do caso." Bem, se nos tivesse respondido às nossas dúvidas não seriam necessários e-mail´s diários, não trabalhamos em seguros...

Quando pedimos para a MAPFRE (através do "Gonçalinho" claro) para formalizar a ida que mais um perito a resposta foi bastante esclarecedora quanto ao caráter do menino que está a gerir o processo: "Não existem emails, nem vamos enviar qualquer email desse teor. V. Exas. têm uma certidão de representação, e não vos foi negado o acesso em fase anterior. Se for possível verificar os bens reclamados, ótimo. Se não for possível, o lesado terá se fazer prova em tribunal, pois a seguradora sem analisar tudo o que é reclamado, não indemniza."

Como o menino está incomodado com e-mail´s, resolvemos começar a envia-los para a gestão de reclamações com conhecimento da Associação Portuguesa de Seguradores e da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. Mesmo assim sem resposta. Amanhã vamos tentar uma terceira abordagem: ir à MAPFRE e reclamar no Livro de Reclamações.

O "Gonçalinho" ainda não percebeu que nós não temos nada a perder, porque na realidade está tudo partido. Pelos vistos só está preocupado com os danos patrimoniais, e esquecido dos não patrimoniais e que já vão sendo avultados!

2 comentários:

  1. Não me surpreende nada... Quem dera que não tivesse passado por isto tudo! Força! E no que seja necessário ajuda, disponha! Não tenho muito a oferecer, mas adoraria ajudá-la. Admiro-a muito!...

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    1. Acredite que a força que envia através das suas palavras são uma enorme ajuda. Um beijinho grande

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