segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Seguros que nos seguram pouco

"Boa tarde Exmos. Senhores,

No passado dia 6/07/2017 pelas 9.20h ocorreu um sinistro sito, na Rua XXXXXXXXXXXXXXX, Pontinha, com um segurado V/. O V/ segurado entrou com a carrinha por uma moradia. No R/C dessa moradia encontravam-se duas pessoas: Pedro XXXXXXXXXXXXXX e 41 anos e Joaquim XXXXXXXXXXXXXXX de 6,5 meses. Ambos foram assistidos no local e enviados para o Hospital Beatriz Ângelo tendo tido alta passado algumas horas.

Desde a data do acidente cuja culpa foi assumida pela MAPFRE, já fomos alvo de duas peritagens de recheio e três de obras, foi apresentado por nós uma listagem de bens danificados e um orçamento de obras, sem que existisse uma decisão. Compreendemos que se trata de uma situação delicada e que pode levar o seu tempo, visto não ter existido mortos, também não existe um prazo de resposta. Contudo, após várias tentativas falhadas de esclarecimentos com o Sr. Gonçalo XXXXXXXXXXXXXXX, sentimos a obrigação a recorrer a outras instâncias de forma a ver esclarecidas todas as nossas dúvidas.

Caso não tenham conhecimento do processo, informo que a habitação se encontra inabitável e o agregado nela residente em situação clínica delicada. Situação esta que poderemos comprovar caso seja necessário. O agregado é composto por dois adultos, um deles doente oncológico, submetido a uma mastectomia no passado dia 6/07/2017 e na eminência de iniciar Rádioterapia e um bebé de seis meses e meio, portador de uma anomalia congénita e que necessita de acompanhamento clínico semanal. Informo também, para o caso de ter passado despercebido ao Sr. Gonçalo XXXXXXXXXXXXXXX, que o agregado se encontra separado e a viver às custas da boa fé de familiares.

É de lamentar que decorridos trinta e oito dias do sinistro, após duas peritagens de recheio e três de obras, não exista sequer uma resposta a todas as questões por nós colocadas e que reforçamos:

1 - Existe ou não direito a uma habitação de substituição?

2 - Existe ou não direito ao pagamento dos km´s extra que o lesado, Pedro XXXXXXXXXXXXXXX, tem de realizar diariamente para estar com a família?

3 - Existe ou não uma alternativa à gratificação da Polícia de Segurança Pública, e que seja fornecida pela V/ seguradora? Como deverão compreender, o pagamento diário de gratificação no valor de 340,00€ é incomportável. A habitação encontra-se sem barreira de segurança (muro e parede) que foram destruídos pelo V/ segurado, já tendo sido alvo de tentativa de furto.

Todas estas questões já foram anteriormente colocadas ao Sr. Gonçalo XXXXXXXXXXXXXXX, que nunca teve a amabilidade em nos esclarecer e continuamos a aguardar.

É de lamentar que numa troca de correspondência eletrónica inicial, sejamos catalogados de “aproveitadores” e toda uma postura arrogante com que temos sido tratados pela MAPFRE através do seu representante Sr. Gonçalo XXXXXXXXXXXXXXX. É de lamentar que para ver-mos as nossas dúvidas esclarecidas tenhamos de nos deslocar à V/ sede. É de lamentar o lesado Pedro XXXXXXXXXXXXXXX ter de pernoitar sozinho numa habitação destruída pelo sinistrado de forma a proteger os poucos bens que sobraram e que nesta fase são da V/ responsabilidade. É de lamentar um agregado que se encontra a passar por uma situação clínica tão delicada, ter de residir nestas condições. É de facto de lamentar!

Porque entendemos que trinta e oito dias são suficientes para uma tomada de decisão, porque a habitação não pode continuar vulnerável e a correr risco de furto, porque este agregado tem o direito de viver com dignidade, porque a postura perante os factos não tem sido a mais cordeal, iremos aguardar com expectativa uma resposta até sexta feira, dia 18/08/2017. Na ausência de resposta avançaremos com a proteção da habitação tendo como referência o orçamento da empresa XXXXXXXXXXXXXXX, que V/ foi enviado e não foi declinado por V/ Exmas.

A presente exposição bem como toda a documentação anexa, será encaminhada numa primeira fase com conhecimento da Associação Portuguesa de Seguradores e da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. (...)"

Este foi o trabalho de hoje. Ingrato, muito ingrato. Julgava eu que seria um processo de fácil resolução, como sou ingénua... Da próxima vez não falo bem deles na TV!
O desprezo com que temos sido tratados é indescritível, só visto. Parece que somos uns aproveitadores. É verdade, assim que receberam os orçamentos definiram o processo como "uma tentativa clara de aproveitamento". Claro está, aqui que ninguém nos ouve fomos nós que pagámos ao Sr. Zé para lá ir bater com a carrinha e para tornar tudo mais credível o Super-Homem ficou lá dentro com o Pintainho...

Não me choca tanto a demora, choca-me sim a pequenez e arrogância das pessoas e este "Gonçalinho" tem muito que aprender da vida. Este "Gonçalinho" é tão seguro de si e da sua razão que se recusa a enviar mails, recusa-se a formalizar o pedido de mais uma peritagem, mas não tem problemas nenhuns em formalizar essa recusa. Ainda se acha no direito de nos ameaçar com o tribunal... Oh "Gonçalinho" QUEM TEM A CASA PARTIDA SOMOS NÓS!!!!! Este "Gonçalinho" é daqueles que dá vontade de o deitar nas pernas e dar uma réguadas no rabo à moda antiga.

Não sabemos quanto mais tempo vamos ficar assim. Não sabemos se temos de recorrer a instâncias superiores para reaver o que estava dentro daquelas paredes. Não sei quantas mais noites vou dormir sem o Super-Homem ou quando vou poder dormir sem me preocupar se entrou alguém dentro de casa ou não.

É caso para dizer que há seguros que nos seguram pouco e este não nos segura nada!

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