quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Quando nada mais importa


Estávamos em agosto, de férias em Santa Eulália, destino escolhido para recuperar forças. Aqui, onde não há televisão (por opção), onde a rede de telemóvel é fraca, onde se cumprimenta tudo e todos. Vila recatada, casa simples mas acolhedora. Aqui éramos só "namoridos", casámos em março do ano seguinte.

Em agosto de 2014 estava a brincar com a máquina fotográfica e registei este momento. Já vos tinha dito que adoro fotografia??
À nossa volta estava um monólogo desinteressante, mas sempre fomos bons ouvintes e estávamos a desempenhar o nosso papel. Sim, porque ser amigo às vezes também é saber ouvir mesmo quando não se concorda. Mas não é isso que interessa.

Esta fotografia é especial para mim, não só porque foi tirada ao acaso ou porque é a concretização de que a minha pessoa sabe trabalhar com a máquina sem ser em modo automático, mas porque registou o que nos vai na alma. Nesta fotografia nada foi encenado, nem os sorrisos nem a troca de olhares. Simplesmente aconteceu.

Nesta altura não existia Pintainho nem em sonhos. Já tínhamos uma estrelinha no céu e estávamos a planear o casório. Éramos só nós os dois e chegava.

Esta fotografia é (para mim) a certeza de que não me enganei há 13 anos quando o deixei entrar na minha vida e estou grata por ele me ter escolhido a mim.

Um dia volto a agarrar na máquina e a registar momentos. Um dia volto a conseguir olhar para o quadradinho um por um e ver mais além. Um dia ponho o Pintainho no carrinho e volto a palmear os miradouros de Lisboa. Um dia.

Já vos disse que o que importa é o amor?

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