A Mónica morreu em fevereiro. Esta é uma dura realidade! Foi embora com o seu Pintainho e não volta mais. Já não vai estar atrás da porta número 3.
Se em tempos o número 3 foi banal, desde fevereiro que ganhou outro significado. As portas número 3 albergavam uma pessoa muito especial, e agora guardam recordações. Pergunto muitas vezes como vai ser quando eu regressar, o que é que vou sentir para além da saudade. Como é que se começa depois de isto?...
Guardo em mim muita revolta, mas também guardo saudade e muitas recordações. Tenho saudades de tudo! Até de quando ralhava comigo. Ainda tenho a voz dela gravada na minha cabeça. Tenho muito presente a última conversa, o último telefonema que não consegui atender. Como me arrependo de não ter retomado a tempo...
Em quatro meses de luto tentei sempre lembrar-me das coisas boas, que não foram poucas e evitei as portas com o número 3. Passo e nem olho.
Hoje, talvez por ter estado onde estive, tenho pela primeira vez uma serenidade inexplicável. Continuo a não perceber o sentido da tua partida, a menos que tenha sido para te transformares no nosso anjo da guarda, mas consigo ter alguma paz. Deus precisava de reforços e chamou-te a ti para o ajudares! Quem melhor que tu para tão nobre tarefa?! É assim que quero pensar.
A porta número 3 já não te alberga, mas não está encerrada. Há que permitir que o número 3 seja o albergue de outros assim como já foi o teu. Se há morte também há vida e há que permitir que outros vivam e cresçam. Que os novos moradores se sintam em casa e não no papel de saqueadores.
Que a porta número 3 seja vida, alegria e muitos sorrisos. Tal como nos brindaste sempre.
PS - Viste que hoje fomos retribuir as tuas velas? Um beijo no coração!
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