Em 2011, sem nada planeado, descobri que estava grávida. Foi o choque, nada planeado, sem empregos fixos, a vida a mil, enfim, um conjunto de circunstâncias que nos fizeram pensar que não seria a melhor altura para tal acontecimento. Mesmo assim decidimos "agarrar o touro pelos cornos" e seguir em frente com tal acontecimento, estava na altura e pelas minhas contas de 5 semanas.
Os dias foram passando e já habituados à ideia do que aí vinha, no dia em que fazia 12 semanas, o pior aconteceu. Lembro-me de me levantar, ter uma hemorragia e de entrar em pânico. O mundo acabou naquele dia!
Passados 6 anos, e já depois de estarmos casados há 1 ano, achámos que estava na altura de "dar o passo seguinte". Confesso que após passar 6 anos em negação pelo sucedido, em que dizia com toda a certeza deste mundo e outro que não queria filhos, foi difícil passar das palavras ao ato em si, mas como quem tem um marido como eu tem tudo, literalmente tudo, lá consegui ultrapassar o medo que outrora pensei ser uma certeza.
Os meses foram passando sem que existissem novidades, os testes de gravidez só me davam um traço e os de ovulação continuavam a não se rir para mim. Passados 12 meses achámos, mais eu até, que seria altura de alguém ajudar aqui no processo porque os bebés não vêm das cegonhas e rezar já não era suficiente.
Lá iniciamos nós o tão penoso processo de ter um filho. Entre consultas na MAC e médico particular, iniciei a toma de Progesterona para tentar ajudar, visto não existir nenhuma explicação médica e lógica para a cria não aparecer.
A 21 de Maio de 2016, após 7 dias de atraso o teste resolveu falar comigo!!
Foi um misto de sentimentos. Não sabia se ria ou se chorava, e se chorei, como uma Maria Madalena!
A vinda de um filho não substitui uma perda, nada substitui uma perda. E destas perdas pouco se fala e pouco se permite. O medo que senti quando este teste resolveu falar comigo, foi indescritível. Medo de tudo e principalmente porque ele só me dizia "2-3" e ainda faltavam 10 para ultrapassar a barreira anterior.
Foram 10 semanas longas que felizmente consegui ultrapassar. Afinal qual é a probabilidade de me acontecer novamente?! Certo??
Com isto já cumpri com duas estatísticas:
1) 20% das gravidezes terminam em aborto espontâneo antes das 12 semanas;
2) 1 em cada 4 casais tem problemas em engravidar.
#aborto # engravidar
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