Aqui, eu e o pintainho vivemos 72 horas.
Por esta porta entraram miminhos, beijinhos e abraços bons. Família e amigos quiseram vir ver o pintainho e alguns também me vinham ver a mim. Sim, o foco das visitas não era a minha pessoa, era o pintainho. Eu e o Super Homem já não interessávamos para nada porque a cria já cá estava fora e já tínhamos feito o nosso trabalho.
Durante 72 horas tivemos direito a visitas de todas as especialidades médicas que possam imaginar. Reviraram o pintainho de uma ponta a outra (distância curta por sinal visto só ter 42cm), à procura de qualquer coisa que fizesse sentido, mas não encontraram e acabaram por nos dar alta. Estava tudo normal, dentro do "nosso atípico".
Foi aqui que começámos esta viagem, a primeira para o três.
Estar neste quarto, embora fosse cansativo, tinha algo de apaziguador. Há sempre alguém por perto, como uma coruja atenta de olhos bem abertos. Há sempre alguém que controla chichis, cocós, mamadas e banhos. Se um pum a mais ou um arroto a menos é normal. Há lá sempre alguém! Quando me disseram, âs 19.30h de podia ir para casa, em vez de agarrar nas malas e sair, ainda perguntei "tem a certeza?...".
Não sei ao certo quanto tempo levámos do quarto ao carro, mas sei que foi muito e ainda voltámos atrás para ir buscar o remédio do pintainho que tinha ficado esquecido no frigorífico da enfermaria.
Em casa não há nada disso e instala-se o pânico. Não há corujas atentas nem botões vermelhos que fazem as campainhas apitarem. Em casa há o instinto, a Saúde24, a Pediatra, as amigas e a progenitora. Que sorte a minha em ter amigas boas e informadas!
Lembro-me de o Super Homem pousar o ovo no sofá. Olhei para o pintainho e disse: "E agora? O que é que fazermos ao bicho?"
Eu senti o mesmo com ambos os meus filhos!...
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