Ao fim de 28 anos visualizei o que outrora foi uma valente cratera. Sempre imaginei como seria, mas agora pude ver como é. Sim, eu tenho uma cicatriz na cabeça.
Lembro-me tão bem daquele dia... Era eu uma magricela de 5 anos, de óculos azuis e sem os dentes da frente. Não vou falar do penteado que a minha progenitora me colocou na tola se não choram... Estava na escola, na primeira classe e já tinha dado o toque de entrada.
Naquele dia tinha chovido a potes. O recreio da escola estava cheio de poças de água e aqui a menina resolveu ir apanhar pedrinhas, mas não se apercebeu que estavam uns lingrinhas, que por sinal eram meus vizinhos, a brincar com pedregulhos. Sim, estavam a atirar pedras da calçada uns aos outros. Giro não é?... Escusado será dizer que a brincadeira correu mal e quem estava a brincar com pedrinhas foi quem levou com o pedregulho na tola. Fiquei a ver estrelas!
De repente, eis que aparece uma moça que me agarra. Foi a única no meio daquela malta toda, sem contar com os proprietários do calhau que fugiram a sete pés, que se apercebeu do que se tinha passado e veio socorrer a donzela de carola partida. Ainda me lembro, ela tinha uma camisola de lã com motivos de natal, muito na moda naqueles tempos e que eu fiz o favor de sujar com sangue. Sim, eu limpei as mão à camisola da rapariga...
A partir deste dia ficámos amigas. A irmã dela (pessoa de quem gosto bastante por sinal) foi da minha turma muitos anos e andávamos todas na ginástica. Parecíamos piolhos saltitantes sem consciência do perigo. Afinal as pedras da calçada também dão um empurrão nas amizades.
Esta menina que outrora me amparou este golpe, continua comigo, passaram-se 28 anos imaginem. Ela, também uma mulher de luta e cheia de garra pois a vida não lhe tem sorrido sempre, merece ser registada, como uma forma de lhe agradecer por fazer parte da minha vida há 28 anos, uma vida.
Lembravas-te como tudo tinha começado?
Uma beijoca repenicada "à gaja boa" da minha vida!
A partir deste dia ficámos amigas. A irmã dela (pessoa de quem gosto bastante por sinal) foi da minha turma muitos anos e andávamos todas na ginástica. Parecíamos piolhos saltitantes sem consciência do perigo. Afinal as pedras da calçada também dão um empurrão nas amizades.
Esta menina que outrora me amparou este golpe, continua comigo, passaram-se 28 anos imaginem. Ela, também uma mulher de luta e cheia de garra pois a vida não lhe tem sorrido sempre, merece ser registada, como uma forma de lhe agradecer por fazer parte da minha vida há 28 anos, uma vida.
Lembravas-te como tudo tinha começado?
Uma beijoca repenicada "à gaja boa" da minha vida!
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