A maternidade é uma coisa espetacular sem dúvida, mas desengane-se quem pense que é tudo bom. Embora a parte má não se fale, não porque ela não exista, mas porque existe uma pressão para que seja esquecido e já mais contado. Certo é que rara aquela que não diz "tudo vale a pena"...
Não acredito que haja alguém que goste de sair a rua com a camisola cheia de bolsado, ou que goste de lidar com o choro das cólicas, ou mudar uma fralda bem recheada às 4 da manhã.
Os nossos pintainhos são a coisa mais fofa, a alegria dos nossos dias. Nisso não há dúvidas. Agora não percebo o porquê de só se partilhar isso, juro que não percebo! É que faz com que "as outras" sigam rumo ao desconhecido, como eu!!!
Apesar que gostar muito do meu pintainho, não me esqueço das dores que tive. A minha costura, cujo início é desconhecido, chegava ao vizinho da "Virgínia", e estava de tal maneira preta que estive um mês sem me sentar. Valeram-me as drogas (legais) de que tanto sou apologista.
Não gosto de me levantar de madrugada, principalmente com o pintainho em plenos pulmões como se a sua última refeição tivesse sido há 15 dias. Não gosto de um cocó até ao pescoço nem de birras, cólicas então...
Não acho que tenhamos de andar para aqui a falar disto a toda a hora, mas também não acho que quando nos perguntam abertamente como foi e como é, que se diga só meia verdade.
A maternidade é bom MAS é difícil, desde o primeiro dia. Deixamos de ser nós e começamos a viver em prol de um ser que ainda por cima não fala nem tem dentes. Não são os sonhos que comandam a vida, são os bebés!!!
Eles decidem tudo, desde as horas de comer, se saímos à rua ou não, se podemos ou não ter uma conversa com terceiros e por aí a fora. Acredito, sem verdade absoluta, que isto melhore e eu volte a ser um bocadinho dona de mim. Mas também desconfio, que penso assim porque me foi incutido. Acho que quando chegar a altura de o pintainho ir para o quarto dele, eu e o meu Super Homem temos de nos apresentar novamente, como se o tempo tivesse voltado atrás pelo menos 13 anos.
A maternidade é agridoce, como uma rosa, e as rosas também têm espinhos.
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